Retrospectiva de leituras? — ?2018
Tenho gostado muito de registrar as leituras ao longo dos anos, porque, ao ter que escrever uma impressão de cada uma agora, faço uma…
Tenho gostado muito de registrar as leituras ao longo dos anos, porque, ao ter que escrever uma impressão de cada uma agora, faço uma reflexão de cada momento em que estava quando li cada livro. Cá estão as leituras que fiz em 2018, com breves comentários impressionistas. Não são críticas, são gostos pessoais expressos em palavras.
Antes: Retrospectiva de leituras de 2016 e Retrospectiva de leituras de 2017
1. Demolidor: O homem Sem Medo — Série Marvel — Paul Crilley
Li inteiro em 01 de janeiro. Encantador ler em prosa a origem de um personagem com quem me identifico tanto. E saber que há mais arcos de quadrinhos em prosa me anima, porque para mim, o acesso à narrativa sequencial seria bem mais difícil. Esperando ansioso pela prosa do arco da Queda de Murdok.
2. O Livro do Amor — Volume 1 — Regina Navarro Lins
3. O Livro do Amor — Volume 2 — Regina Navarro Lins
4. A Cama na Varanda — Regina Navarro Lins
Sequência de leituras importantíssima pra quem quer entender que se relacionar vai muito além do clichê de novela. Talvez estivesse me preparando para amar em 2018. E agora posso dizer: a preparação valeu a pena.
5. Me chame pelo seu nome — André Aciman
eu sei, duas bichas brancas se descobrindo, é banal e talvez não merecesse tanto estardalhaço. Mas adorei, achei romântico e veio a calhar, porque li na mesma época em que encontrei a pessoa que eu viria a aprender a amar em 2018.
6. A Elegância do Ouriço — Muriel Barbery
Que escrita deliciosa de ler, daqueles livros pra degustar as palavras mais do que a trama.
7. Prisioneiras — Drauzio Varella
Dráuzio arrasa no choque de realidade, e mais ainda em humanizar figuras que a gente, muito convenientemente, julga monstruosas com muita facilidade. Leitura essencial.
8. O Segredo de Brokeback Mountain — Annie Proulx
De uma delicadeza incomparável. O filme fez jus ao conto. Mas ler o estilo da autora contando aquela história não tem preço.
9. Homo Deus — Yuval Harari
Continuando a saga de descobrir que a humanidade é um projeto falido que só poderá ter jeito quando encerrado.
10. Luzes de Emergência Se Acenderão Automaticamente — Luisa Geisler
Essa mulher escreve bem demais! Sutil e certeiro.
11. O Ladrão de Raios — Percy Jackson & os Olimpianos — Rick Riordan
Divertidinho. Mas previsível demais pra eu querer seguir com a saga inteira. Parei nesse aqui. Mas recomendo pra quem está na faixa etária recomendada, sim.
12. As Crônicas Vampirescas : Entrevista com o Vampiro — Anne Rice
Fiquei me perguntando por que eu não tinha lido isso antes. Melhor conceito de vampiro mesmo! Seres conturbados e complexos por causa de sua imortalidade. Realmente, agora entendi a fama da mãe dos vampiros que a Anne ganhou.
13. Tons de Magia — Um Tom Mais Escuro de Magia — V. E. Schwab
14. Tons de Magia — Um Encontro de Sombras — V. E. Schwab
O sistema de magia dessa saga é incrível e intrigante demais. Os personagens deliciosamente diversos. E uma trama que você degusta querendo descobrir cada vez mais. Mal posso esperar por ler a terceira parte.
15. Aniquilação — Comando Sul Jeff Vandermeer
16. Autoridade ´- Comando Sul — Jeff VanderMeer
17. Aceitação — Comando Sul — Jeff VanderMeer
Desde que descobri o gênero New Wird, me apaixonei. E essa trilogia não me decepcionou. De descaralhar a cabeça pra tentar entender que porra é essa que está acontecendo. Achei meio lento no meio. Mas o começo e o fim compensam, pra quem curte coisas esquisitas que não precisam de explicação.
18. Estrelas Além do Tempo — Margot Lee Shetterly
Bem, o que dizer, necessária, leitura extremamente necessária. Precisamos renovar nossos ídolos. Precisamos ouvir as histórias não contadas.
19. Eu sou Malala — Malala Yousafzai
Diva, deusa, musa, feiticeira. Se tenho um ídolo, hoje, esse ídolo é Malala.
20. O Apanhador no Campo de Centeio — Jerome David Salinger
Releitura. A sensação de abandono e desamparo da narrativa só aumentou. Bom de ler e de reler.
21. A Mulher do Viajante no Tempo — Audrey Niffenegger
Gostei da trama, mas só isso. Bom pra passar o tempo (perdão pelo trocadilho).
22. A Peste — Albert Camus
Porque eu já tinha lido O Estrangeiro, senti vontade de ler mais do Camus. Confesso que gostei, mas fixei pouca coisa. Precisarei reler.
23. O Caçador De Pipas — Khaled Hosseini
História claramente feita pra você chorar. E funcionou, chorei largado.
24. Jantar secreto — Raphael Montes
Dei um berro aqui, esse livro é bom demais. Preparem-se para cenas fortes tratadas com um tom blasé de quem descreve uma paisagem banal, e isso faz toda a diferença. Ótimo terror.
25. O Senhor dos Anéis — A Sociedade do Anel — J. R. R. Tolkien
26. O Senhor dos Anéis — As Duas Torres — J.R.R. Tolkien
27. O Senhor dos Anéis — O Retorno do Rei — J.R.R. Tolkien
MEU DEUS DO CÉU, QUE BANDO DE MACHO CHATO DO CARALHO!!!
28. Uma Dobra No Tempo — Madeleine L’engle
Decepcionante. Não entendi o hype. Nem entendi muito direito a história, vou confessar. Talvez devesse reler também, mas não vou, não, desculpa.
29. As Vantagens de Ser Invisível — Stephen Chbosky
Delicado demais, sensível demais, bonito demais.
30. Histórias de ninar para garotas rebeldes — 100 fábulas sobre mulheres extraordinárias — Elena Favilli
Quero ler esse livro pra minha sobrinha, toda noite uma fábula fantástica de uma mulher foda que mudou o mundo. Acho que toda criança devia crescer ouvindo essas histórias.
31. Precisamos Falar Sobre o Kevin — Lionel Shriver
Releitura. Queria reviver o descaralhamento da cabeça que tive quando li a primeira vez. Descobri que o livro, apesar de ótimo, só te descaralha por causa do fator “não saber”. Mas recomendadíssimo.
32. Fantastic Beasts and Where to Find Them — The Original Screenplay — J. K. Rowling
Primeira experiência lendo roteiros. Vim aqui pra captar coisas que talvez eu tivesse perdido assistindo ao filme, mesmo com audiodescrição. O filme é bem bom, o roteiro, idem.
33. Devassos no paraíso — a homossexualidade no Brasil, da colônia à atualidade — João Silvério Trevisan
Outro livro da série “histórias que devemos sempre lembrar”, mas que não nos contam na escola. Leitura obrigatória pra a galera LGBT conhecer sua história, e pra quem não é da sigla descobrir que a gente não brotou do nada.
34. O Homem Invisível — H. G. Wells
bom clássico, com o ranço da época em que foi feito, mas bom clássico.
35. O Quinto Mandamento — Caso Von Richthofen — Ilana Casoy
Por causa do caso em si, eu esperei muita coisa desse livro. Mas foi extremamente decepcionante, superficial, pequeno. A história merecia um tratamento literário mais elaborado. Mais parece uma thread de Twitter exagerada.
36. Ninguém Nasce Herói — Eric Novello
Sou fã do Eric , muito mesmo. O livro é bem escrito e trata com justeza o tema a que se propõe. Também é linda a diversidade e o colorido dos personagens do autor. No entanto, confesso que esperava mais profundidade, a problemática proposta ficou superficial, pra meu gosto. No entanto, ainda recomendo por estar, infelizmente, acima da média das narrativas contemporâneas desse tipo.
37. Resident Evil — Umbrella Conspiracy — S. D. Perry
38. Resident Evil — Caliban Cove — S. D. Perry
39. Resident Evil — City of the Dead — S. D. Perry
40. Resident Evil — Underworld — S. D. Perry
41. Resident Evil — Nemesis — S. D. Perry
42. Resident Evil — Code Veronica — S. D. Perry
Farofa, farofa por todo lado. O clima de filme B dos jogos passados para a prosa. deliciosa farofa pra passar o tempo de minha mente nostálgica que gostava de assistir os primos jogando Resident Evil, mas que não tinha coragem de jogar sozinho.
43. Como Água para Chocolate — Laura Esquivel
MA-RA-VI-LHO-SO. Top das leituras de 2018.
44. As Intermitências da Morte — José Saramago
Releitura. Continua bom.
45. O Símbolo Perdido — Dan Brown
Olha, o que dizer? Estava de bobeira, li a primeira página, quando dei por mim, eram 4h da manhã, e eu já tinha terminado. Caí na armadilha do Dan.
46. Placebo Junkies — Piratas de Laboratório — J. C. Carleson
você quer o estilo do Chuck Palahniuk sem ser o Chuck? Lê isso aqui, arroba. Excelente.
47. Executores — Tormenta de fogo — Brandon Sanderson
48. Executores — Calamidade — Brandon Sanderson
Tinha começado essa trilogia ano passado, sem a expectativa de ser uma trilogia. A farofa do Sanderson é sempre muito saborosa. Mas confesso que eu não precisava dessas duas outras continuações, Coração de Aço já estava bom o bastante sozinho.
49. Sono — Haruki Murakami
Murakami sendo Murakami. Noveleta rápida, mas que te desconserta tanto quanto os romances longuíssimos do autor.
50. Mulheres que Correm com os Lobos — Clarissa Pinkola Estes
Recomendado pela minha psicóloga. Mais indicado para mulheres recuperarem sua natureza selvagem, o que já é maravilhoso por si só. Mas ler o livro me ajudou a recuperar meu eu feminino que o machismo e a homofobia de três décadas tinha conseguido sepultar. Sou tão orgulhoso da mulher que habita em mim quanto do homem que me disseram que eu sou desde que nasci.
51. Amiga genial — Série Napolitana — Elena Ferrante
52. História do Novo Sobrenome — Série Napolitana — Elena Ferrante
53. História de Quem Foge e Quem Fica — Série Napolitana — Elena Ferrante
54. História da Menina Perdida — Série Napolitana — Elena Ferrante
Eu amei não saber o que pensar da relação entre as duas protagonistas dessa série. Das melhores leituras do ano também. Os quatro estão no Top 2018.
55. A dança da morte — Stephen King
Nunca perdi tanto tempo literário, nunca tinha tido a sensação tão acachapante de desperdício de páginas e palavras. 800 laudas em que nada acontece, um grande oco entre capa e contracapa. Terminei de ler só pra poder me certificar de que era vazio do começo ao fim, e era. Perdão aos fãs do autor. Jamais lerei Stephen novamente.
56. O Toque da Vampira — Série Marvel — Christine Woodward
com a lembrança do livro do Demolidor, fui ler outros da série e escolhi esse aqui porque a personagem Vampira sempre me tinha provocado curiosidade. Confesso que o que eu imaginava da complexidade de alguém que não pode tocar ninguém era muito mais interessante do que essa trama chatíssima que foi terminar com a personagem feminina se apaixonando pelo seu salvador. Detestei.
57. As Crônicas de Gelo e fogo — A Guerra dos Tronos — George R. R. Martin
58. As Crônicas de Gelo e Fogo — A Fúria dos Reis — George R. R. Martin
59. As Crônicas de Gelo e Fogo — A Tormenta de Espadas — George R. R. Martin
Releituras. Olha, eu sempre pensei que reler essa série fosse ser enfadonho. Mas descobri que reler é tão rico quanto ler pela primeira vez. Adorei a noção de que também o Martin escreve de um jeito que valoriza a releitura. Terminarei de reler os próximos em 2019.
60. Kindred — Octavia Butler
Obrigatório, apenas obrigatório. Inadmissível este livro não estar em toda e qualquer lista de livros obrigatórios. Top 1 de 2018.
61. Por quem os Sinos Dobram — Ernest Hemingway
bom clássico, de novo, com o ranço da época em que foi escrito, mas um bom clássico. E lembremos: “Quem estará nas trincheiras ao teu lado. / E isso importa? / Mais do que a própria guerra.”
62. Homem-Aranha entre Trovões — Série Marvel — Christopher L. Bennet
Não poderia ser pior do que o livro da Vampira. E não foi. mas também não foi bom. Passável, mas quase que não passa.
63. Como as democracias morrem — Steven Levitsky
2018, né? Precisamos ler, pra saber o que está acontecendo.
64. Como conversar com um fascista — Márcia Tiburi
Importante complemento ao livro anterior. Ali, o panorama global. Aqui, a parte que nos cabe enquanto brasileiros. Leiamos.
65. Inferno — Dan Brown
então, aquela hipnose que falei quando li O Símbolo Perdido. Gostei um pouco menos, mas também não consegui largar até terminar. Tem um feitiço muito forte nesses livros do Dan, só pode!
66. A Revolução dos Bichos — George Orwell
Olha, o clássico que faz jus à fama. Pena que cada dia menos as pessoas entendem metáforas e alegorias, então eu recomendo, nesse sentido, mais os livros sobre a morte das democracias do que essa fábula. Na dúvida, sejamos literais, pra não haver mal entendidos.
67. Ratos e Homens — John Steinbeck
Um soco no estômago. Excelente e dolorosa leitura.
68. E Não Sobrou Nenhum — Agatha Christie
Agatha arrasa demais, li esse primeiro pra sanar meu defeito de ainda não ter lido nada da mãe do mistério. Quero outros.
69. Fantastic Beasts: The Crimes of Grindewald — The Original Screenplay — J. K. Rowling
Outro roteiro, li porque, como o filme estreou agora e a audiodescrição não sai tão cedo, não quis ficar fora da brincadeira, como bom potterhead que sou. É bom ler os diálogos da rowling, são sempre deliciosos. Mas esse roteiro está meio confuso, sim. Não gostei tanto quanto o primeiro filme, mas não posso dizer que desgostei, porque a paixão ao mundo bruxo fala mais alto.
70. O Homem que Confundiu Sua Mulher com um Chapéu — Oliver Sacks
As histórias do Oliver são sempre muito intrigantes. Fiquei apaixonado por ele desde que li sua biografia, pouco depois de sua morte. Admiro muito a postura dele enquanto investigador da mente humana. E adoro livros com relatos de descobertas psicológicas/neurológicas, então, se você conhece outros, recomenda pra mim, por favor!
71. O auto da maga Josefa — Paola Siviero
Eu quero tatuar esse livro na minha alma! Amo tudo, cada linha, cada piada, cada momento tocante. Tem umas escorregadelas aqui e ali, por ter sido um livro sobre o nordeste escrito por uma escritora não nordestina. Mas nada ofensivo. Quero mais fantasia brasileira assim, minha gente, usando de maneira inteligente e criativa o folclore tão rico do Brasil.
72. Dez Argumentos Para Você Deletar Agora Suas Redes Sociais — Jaron Lanier
73. Gadget — Você Não é Um Aplicativo — Jaron Lanier
Alarmante. Bom pra começar 2019 modulando meu uso das redes sociais, coisa que eu já queria fazer, porque tem sido muito desgastante estar online. Apesar de discordar da visão muito pró capitalismo e empreendedora demais do autor (o que o faz pensar em soluções que, na minha opinião, não seriam desejáveis), os argumentos e os dados que ele traz para esclarecer que o modelo de rede social e de interação virtual que temos atualmente é nocivo e corrosivo para a convivência em sociedade é bastante elucidativo. Leituras recomendadíssimas.
74. Todo Dia — David Levithan
bom demais. O estilo Jovem adulto me atrapalhou um pouco, mas consegui aproveitar. Queria mesmo uma versão adulta dessa premissa, com dilemas adultos, uma vez que o protagonista e todos com quem interage têm na faixa dos 16 anos. Ao terminar, fiquei vários dias pensando como seria o esse dilema com um personagem já com 30, 40 anos de idade.
***
Acabei de ler aqui que a minha meta de leituras para 2018 tinha sido ler menos que 2017. Li muito mais. Foi um ano difícil e, suponho, precisei escapar mais do que ano passado. De modo que foi bom não ter cumprido a meta. Ano que vem, vou ler o que eu quiser, quando quiser. A leitura literária precisa ser prazerosa, portanto, não me obrigarei a nada, nem pra mais, nem pra menos.
Acabei de ler aqui que a minha meta de leituras para 2018 tinha sido ler menos que 2017. Li muito mais. Foi um ano difícil e, suponho, precisei escapar mais do que ano passado. De modo que foi bom não ter cumprido a meta. Ano que vem, vou ler o que eu quiser, quando quiser. A leitura literária precisa ser prazerosa, portanto, não me obrigarei a nada, nem pra mais, nem pra menos.